quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Oração da Campanha da Fraternidade 2012


Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.

Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais solidária
às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.

Homilia

Postado por: homilia


No tempo de Jesus, as pessoas procuravam sinais do Messias enviado por Deus. As autoridades pediam a Jesus que realizasse um sinal a fim de provar que Ele era, de fato, o Messias. Segundo Lucas, Jesus se recusa até mesmo a apontar o sinal da ressurreição.
Os ninivitas se arrependeram e se converteram com a pregação de Jonas. Jesus veio como um sinal do Pai para a humanidade. Ele é maior do que Jonas e maior do que Salomão.
A quem Jesus chama de geração má? Será que fazemos parte dela? A geração má a qual o Senhor se refere é aquela constituída de uma multidão de gente que não crê na Palavra de Deus e não segue os ensinamentos de Cristo, pois esperam por alguma coisa que venha acontecer e que seja visível aos olhos e sensível ao toque. É a geração dos que querem um sinal para acreditar, mas não enxergam o que está um pouco além da mesma vida medíocre e sem objetivo “do ter, do prazer, do poder, do divertir-se”.
Nós achamos que fazemos parte desse grupo que tem Jesus como sinal, mas, muitas vezes, necessitamos de outros sinais para acreditar na força e no poder de Deus. Cristo nos abre os olhos e nos mostra que os ninivitas acreditaram nas palavras de Jonas; a rainha do Sul (rainha de Sabá) seguiu os conselhos de Salomão e todos foram salvos. E quanto a mim e a você? A quem devemos ouvir para não fazermos parte dessa geração que caminha para o mal?
Convido você a fazer uma reflexão sobre sua vida e pensar se há alguma mensagem do Evangelho na qual você não acredita e, por isso, não a vive como Jesus ensinou. Reflita ainda: você espera algum outro sinal a não ser o da cruz?
Basta-lhe a Palavra de Deus para voltar atrás, arrepender-se e ter vida nova? Você sabe que foi assinalado com o selo do Espírito Santo de Deus? De qual geração você faz parte: da boa ou da má?
Escute a advertência do Senhor: “a rainha de Sabá (cf. 1Rs 10,1) e os ninivitas (cf. Jn 3,4-10) condenarão os que rejeitam Jesus”. Tome consciência disso!
Oxalá, você seja diferente das autoridades daquela época. Jesus é mais sábio que o rei Salomão e muito maior que Jonas, mas as autoridades não Lhe deram ouvidos e não se converteram. Eles preferiram continuar servindo seus próprios e mesquinhos interesses ao invés de se colocarem a serviço do projeto de Jesus que, com justiça, constrói uma nova sociedade e uma nova história. Agindo assim, as autoridades daquele tempo confirmaram que estavam contra Jesus, isto é, do lado de satanás que cria o reino da injustiça.
Saia desta geração! Saia deste partido e converta-se para a geração daqueles que buscam a face do Deus. Venha para Jesus! Assim, você terá vida em plenitude, fruto da justiça divina.
Padre Bantu Mendonça

Formações

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O que é Doutrina Social da Igreja - III

ela explicita os preceitos da lei natural
Estamos aqui novamente para concluir o assunto que temos explorado nos dois últimos artigos: a essência da Doutrina Social da Igreja. Pedimos ao leitor desculpas por nos termos alongado tanto, mas um tema tão grave e importante não merece ser tratado com ligeireza. O Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum Progressio, fez um apelo aos cristãos para que se esforçassem por ser “homens capazes de reflexão profunda” (n. 20). E, se por um lado nos anima o impulso catequético de falarmos da maneira mais compreensível que podemos, pelo mesmo motivo nos esforçamos por esmiuçar a matéria tintim por tintim, de modo a tornar claros todos os pontos fundamentais.
A partir de uma reflexão sobre o magistério do bem-aventurado Papa João Paulo II, no primeiro artigo nosso a tratar deste tema, mostramos que a Doutrina Social da Igreja não é uma ideologia, por isso, não pertence ao mesmo gênero do liberalismo e do socialismo. Uma ideologia é um sistema de ideias fundada em premissas arbitrárias e parciais, que passa uma falsa impressão de verdade em razão da coerência de suas conclusões. No artigo seguinte, apontamos também que, por não ser uma ideologia, a Doutrina Social da Igreja não traz um pacote de soluções prontas e acabadas, porém, nos oferece princípios de grande valia para, segundo as diversas circunstâncias de tempo e lugar, encontrarmos as melhores soluções para os problemas da sociedade.
Agora nos cabe enfatizar outro ponto do trecho que citamos do Papa João Paulo II, quando ele diz que a Doutrina Social da Igreja pertence «não ao domínio da ideologia, mas ao da teologia e especialmente da teologia moral». Ou seja, o Pontífice polonês afirma aqui, com todas as letras, que a Doutrina Social da Igreja faz parte do ensinamento moral da Igreja, por isso, não procede a objeção de certos católicos desobedientes ou ignorantes que dizem não fazer caso da Doutrina Social da Igreja porque só seguem o magistério em matéria de fé e moral. Os princípios da Doutrina Social da Igreja são orientações morais do Sagrado Magistério e, como tais, vinculam-se à consciência dos fiéis.
Boa parte dos preceitos do que se chama de moral cristã, com exceção do que se refere às virtudes teologais e à doutrina dos sacramentos, pode ser conhecido pelo homem sem a necessidade de uma revelação divina. Não é preciso que esteja escrito na Bíblia para se saber que não podemos mentir ou roubar. E mesmo que não estivesse escrito na Bíblia, nem por isso mentir e roubar deixariam de ser pecados. Esses preceitos se baseiam na natureza humana e constituem aquela lei natural definida por Santo Tomás de Aquino como sendo o reflexo da lei eterna na razão natural do homem (cf. Suma Teológica, Ia IIae, q. 91, a. 2). Todavia, em razão do pecado original, as potências espirituais do homem estão enfermas e nem sempre ele consegue, só com as luzes de sua razão natural, captar os preceitos da lei natural com toda a clareza. Mas a inteligência do cristão não trabalha apenas com a sua luz natural, mas também com a luz sobrenatural da fé que os [preceitos] ajuda ver em toda a sua força e esplendor.
Assim, a Doutrina Social da Igreja explicita os preceitos dessa lei natural que dizem respeito à sociedade humana, nos domínios da política, da economia e da cultura. É a defesa da ordem natural da sociedade, tal como Deus a quis e a criou. E é muito fácil de ver que, se as coisas estão em desordem, os objetivos não são alcançados. Fora dessa ordem natural, a sociedade humana não poderá atingir o fim para o qual tende e assistiremos apenas a uma sucessão histórica de frustrações e fracassos. Concluindo essas reflexões, já temos segurança para definir a Doutrina Social da Igreja como sendo o conjunto de ensinamentos de ordem moral do Sagrado Magistério, à luz das verdades da razão natural e da revelação divina, que visam o pleno respeito à ordem natural na constituição e no funcionamento das sociedades.
Rodrigo R. Pedroso
O autor é advogado graduado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (FD/USP), mestrando em Filosofia política pela FFLCH/USP e procurador da Universidade de São Paulo.

Mensagem do Dia

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vamos fazer diferente hoje?

Hoje é um dia especial, único e irrepetível, portanto, precisamos vivê-lo intensamente, sem ficarmos parados no ontem nem pensando no amanhã. Talvez já estejamos condicionados a fazer, todos os dias, as mesmas coisas e do mesmo jeito, de forma automática, porque já sabemos como fazê-las. Normalmente, já temos respostas prontas e programadas para o que der e vier, de modo que nem olhamos nos olhos das pessoas que vêm ao nosso encontro, de forma desinteressada, nos solicitar algo.
Vamos nos propor a agir diferente hoje? Vamos viver este novo dia de maneira nova?
O beato João XXIII tinha dez mandamentos para viver a serenidade  na vida dele; destes, um dizia: “Só por hoje praticarei uma boa ação sem contá-la a ninguém”. A exemplo dele, vamos também praticar boas ações, desde as mais simples às mais complexas. Comecemos este exercício olhando nos olhos das pessoas que virão ao nosso encontro, pois, a partir daí, tudo fluirá.
Quando surgirem dificuldades por causa desta palavra: “Tem ânimo, não temas, não vacile teu coração” (Is 7,4), sigamos em frente corajosamente.
Jesus, eu confio em Vós

O que é a Quaresma

O tempo quaresmal é o tempo litúrgico de conversão estabelecido pela Igreja para que nos preparemos para a grande festa da Páscoa. É tempo de nos arrependermos dos nossos pecados e de mudar algo em que precisamos ser melhores para viver mais próximos de Cristo. A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo desse período, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e o chamado de verdadeiros filhos de Deus. A cor litúrgica desse período é o roxo, que significa luto e penitência. É um período de reflexão, de penitência, de conversão espiritual em preparação para o mistério pascal. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver esse tempo como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Ela nos convida a viver atitudes cristãs a fim de que nos pareçamos mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo especial do perdão e da reconciliação fraterna. A cada dia, durante a vida, devemos retirar de nosso coração o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos. Nesse tempo, aprendemos a conhecer e a apreciar a cruz de Jesus. Com isso aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.
Vídeos sobre a Quaresma

Duração da Quaresma

A duração do período quaresmal está baseada no símbolo que envolve o número quarenta na Bíblia, na qual são narrados os quarenta dias do dilúvio, os quarenta anos da peregrinação do povo judeu pelo deserto, os quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, os quarenta dias em que Jesus passou no deserto antes de começar Sua vida pública, os 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito. Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido do número zero significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades. A vivência da Quaresma data do século IV, quando esse tempo passa a ser dedicado, de forma especial, à penitência e à renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do Oriente, a prática penitencial desse período tem sido cada vez mais abrandado no Ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.

O Tempo da Quaresma

Um tempo com características próprias.

A Quaresma é o tempo que precede e nos prepara para a celebração da Páscoa. Período de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de vivência mais frequente e aprofundada das armas da penitência cristã: a oração, o jejum e a esmola (cf. Mt 6,1-6.16-18).
De maneira semelhante ao povo de Israel, que partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na Terra Prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um período triste e depressivo. Trata-se de uma época especial de purificação e de renovação da vida cristã para podermos participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.
A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Esse caminho supõe que cooperemos com a graça divina para que o "homem velho", existente em nosso interior, morra gradativamente. De forma a rompermos com o pecado, que habita em nossos corações, e nos afastarmos de tudo aquilo que nos separa do plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.
A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ser refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, tanto mais intensamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.
Portanto, é preciso se esforçar, entre outras coisas, para entender e viver bem esse tempo:
- Para que se compreenda que, neste tempo, são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa Missa praticamente não há leitura contínua), como os textos eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma das celebrações).
- Para que os cantos sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria desse período.
- Por obter uma ambientação sóbria e austera, refletindo o caráter de penitência quaresmal.

Sentido da Quaresma

A primeira coisa a ser dita a respeito desse tempo litúrgico é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação para a Páscoa. Por isso é definida “como caminho para a Páscoa”. Esse tempo não é um período fechado em si mesmo ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.
É, antes de tudo, um tempo de preparação para a Páscoa. O tempo quaresmal, como preparação para a Páscoa, se apoia em dois pilares: de um lado, a contemplação da Páscoa de Jesus; de outro, a participação pessoal na Páscoa do Senhor por intermédio da penitência e da celebração e da preparação dos sacramentos pascais –batismo, confirmação, reconciliação, Eucaristia-, com os quais incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus.
O ato de nos incorporarmos ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de Sua Morte e Ressurreição. Não esqueçamos que o batismo nos configura com a Morte e Ressurreição do Senhor. A Quaresma procura fazer com que essa dinâmica batismal (morte para a vida) seja vivida mais profundamente nesse tempo, para que o nosso pecado vá morrendo e sejamos ressuscitados com Cristo para a verdadeira vida, pois o Senhor nos assegura que se o grão de trigo morrer dará fruto.
A esses dois aspectos há que se acrescentar outro ponto mais eclesial: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar da catequese e oração das crianças e jovens que se preparam para a confirmação e a primeira comunhão e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores.

Vivendo a Quaresma

Durante esse tempo especial de purificação e santificação, contamos com diversos meios propostos pela Igreja que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
Antes de tudo, a vida de oração é condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, quando o cristão inicia um diálogo íntimo com o Senhor, a graça divina penetra em seu coração e, a semelhança da Virgem Maria, se abra à ação do Espírito cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (cf.Lc 1,38).
Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus, a assistência frequente ao sacramento da reconciliação e a Eucaristia, e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um.
A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas de saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas, de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos são apresentados no dia a dia. Da mesma maneira, o saber renunciar a certas coisas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as diversas práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos recorda São Leão Magno: "Estes dias de Quaresma nos convidam de maneira apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados".
Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II)

Como viver a Quaresma

1. Arrependendo-me de meus pecados e confessando-me
Pensar em quê ofendi a Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma confissão preparada e de coração. Revise os mandamentos de Deus e da Igreja para poder fazer uma boa confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua confissão. Busque tempo para realizá-la.
2. Lutando para mudar:
Analise sua conduta para conhecer em quê esta falhando. Faça propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou. Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil cumpri-los todos . Deve-se subir as escadas de degrau em degrau, não se pode subir toda ela de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e faça um plano para lutar contra ele. Teu plano deve ser realista, prático e concreto para poder cumpri-lo.
3. Fazendo sacrificios:
A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus, porque o ama, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida de todos os dias. Se oferecemos isto a Deus por amor, estamo fazendo sacrifício.
4. Oração:
Aproveite estes dias para rezar, para conversar com Deus, para dizê-lo que o ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na Bíblia passagens relacionadas com a quaresma.

Jejum e abstinência

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O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia. A abstinênica consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinqüenta e nove anos de idade. Com estes sacrifícios, trata-se de que todo nosso ser (alma e corpo) participe em um ato onde reoconheça a necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com nossos pecados e para o bem da Igreja.
O jejum e a abstinênica podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã.
Vídeos sobre a quaresma

Por que o Jejum?

É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.
O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o eqüilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumística".
Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com a medida adequada ao homem.
Esta civilização de comumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.
O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.
Não é uma renúncia pela renúncia: mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.
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Exame de consciência

Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados. Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso é tão importante a conversão do coração.
"Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós tenhais um coração mau e incrédulo..." Hb 3.
Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. O nos quer livres. O demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus tratará de nos acusar com nossos pecados para que nós desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado para libertar e perdoar; o demônio o esconde mas quando o mostra é para que nos desesperemos. Devemos rejeitar energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus. Deus SEMPRE perdoa quando há arrependimento.
É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também, com toda humildade, nos abrir a que pessoas próximas de nós nos corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados." (1 Cor. 11, 31)
O exame se faz diante de Deus, escutando sua voz na consciência.

Preparação para a confissão

  • Preparação remota: Educamo-nos na fé pelo estudo da Palavra, o Catecismo, leitura dos Santos, participação nos ensinamentos... A prática séria do que aprendemos. O exame diário de consciência.
  • Preparação imediata: O exame de consciência antes de confessar. Vamos a um lugar tranqüilo, preferivelmente diante do sacrário, para orar. Só Deus pode iluminar sobre nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça.
Contemplamos a vida de Jesus e seu amor manifesto em Sua Cruz. "Contemplai ao que transpassaram" Jo 19:37. Como respondi a tanto amor, a tantas graças?. Examinamos nossa vida diante da lei de Deus. Por isso ajuda ter um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado.
Não se trata tão somente de enumerar pecados mas sim de descobrir a atitude do coração e com dor por nossos pecados, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS.
Sempre há áreas nas quais somos mais fracos e requerem atenção especial mas se compreendermos que Cristo -não a cultura- é a medida, veremos que em tudo temos muito que crescer.
A confissão só pode ser feita diante de um sacerdote.

Exame de conciência com base nas três rupturas

Examine-se - ajudado por estas perguntas - quais pecados você cometeu desde sua última confissão? Trate de não ficar no exterior, mas sim nas atitudes do coração e as omissões.
  • Ruptura com Deus: Amo na verdade a Deus com todo meu coração ou vivo mais apegado às coisas materiais? Preocupei-me por renovar minha fé cristã através da oração, a participação ativa e atenta da missa dominical, a leitura da Palavra de Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? cumpri com o preceito anual da confissão e a comunhão pascal? Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro somente com ritos externos? Professei sempre, com vigor e sem temores minha fé em Deus? manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada? Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou só o busco quando o necessito? Tenho reverência e amor para o nome de Deus ou lhe ofendo com blasfêmias, falsos juramentos ou usando seu nome em vão?
  • Ruptura comigo mesmo: Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior a outros? Procuro aparentar algo que não sou para ser valorizado por outros? Aceito a mim mesmo, ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos? Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? Me esforço por superar os vícios e inclinações más como a preguiça, a avareza, a gula, a bebida, a droga? Caí na luxúria com palavra e pensamentos impuros, com desejos ou ações impuras? Realizei leituras ou assisti a espetáculos que reduzem a sexualidade a um mero objeto de prazer? Caí na masturbação ou a fornicação? cometi adultério? Recorri a métodos artificiais para o controle da natalidade?
  • Ruptura com os irmãos e com a criação: Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me pede que o ame? Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e espírito de serviço? Foram os filhos obedientes a seus pais, prestando-lhes respeito e ajuda em todo momento? Preocupam-se os pais em educar na vida cristã seus filhos e de respirá-los em seu compromisso de vida com o Senhor Jesus? Abusei que meus irmãos mais fracos, usando-os para meus fins? Insultei meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras ou com ações? Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança? Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou egoísta e indiferente à dor de outros? Participo das obras de evangelização e promoção humana da Igreja? Me Preocupo pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou passo a vida preocupado tão somente comigo mesmo? cumpri com meus deveres cívicos? paguei meus tributos? Sou invejoso? Sou fofoqueiro e enganador? Difamei ou caluniei alguém? Violei segredos? Fiz julgamentos temerários sobre outros? Sou mentiroso? Causei algum dano físico ou moral a outros? Inimizei-me com ódios, ofensas ou brigas com meu próximo? fui violento? Procurei ou induzi ao aborto? Fui honesto em meu trabalho? Usei corretamente a criação ou abusei dela com fins egoístas? Roubei? Fui justo na relação com meus subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles? Participei do negócio ou consumo de droga? Caí na fraude ou estelionato? Recebi dinheiro ilícito?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mensagem do Dia

Segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tudo o quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles

Há um princípio simples, nobre e seguro que deve nortear todas as nossas ações: “Tudo o quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mt 7,12).
Esse ensinamento do Senhor é um maravilhoso meio para combater o nosso egoísmo e purificar as intenções do nosso coração. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, precisamos nos esforçar e nos pôr à disposição do Senhor sempre que nos distanciarmos deste caminho; retomando-o com humildade e pedindo a Ele que nos ajude a seguirmos em frente e nos assemelharmos a Ele.
Jesus passou por esta vida fazendo o bem e fazendo bem todas as coisas, e este é o desejo do coração d’Ele a nosso respeito. Não tenhamos dúvida de que, quando Deus nos pede algo, junto com esse pedido vem a graça para que o consigamos realizá-lo; a nós cabe tomar posse da graça e nos colocarmos em ação.
Jesus, ensina-nos hoje a fazer aos nossos irmãos tudo o que gostaríamos que eles fizessem a nós.
Jesus, eu confio em Vós!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Santo do Dia

São Porfírio

26 de Fevereiro

São Porfírio Nascido do ano de 353 em Tessalônica da Macedônia, Porfírio foi muito bem formado pelos seus pais, numa busca de piedade e vontade de Deus. Com 25 anos foi para o Egito, onde viveu a austeridade. Depois, seguiu para a Palestina, vivendo como eremita por 5 anos. Devido a uma enfermidade seguiu para Jerusalém, onde se tratou.

São Porfírio percebia que faltava algo. Ele tinha herdado uma grande fortuna, e já tendo discípulos - que vendo a ele seguir a Cristo, também quiseram seguir nosso Senhor nos passos dele - ele ordenou que esses discípulos fossem para Tessalônica e vendessem todos os bens. Ele então, pôde dar tudo aos pobres.

Ele estava muito doente, mas através de uma visão, o Senhor o curou. Mais tarde, passou a trabalhar para ganhar o 'pão de cada dia', sempre confiando na Divina Providência.

O Patriarca de Jerusalém o ordenou sacerdote, e depois Bispo em Gaza, tendo grande influência politica e na religiosidade de todo o povo. Por meio do Espírito Santo e das autoridades, conseguiu que os templos pagãos fossem fechados, e os ídolos destruídos. Não para acabar com a religiosidade, mas para apontar a verdadeira religião: Nosso Senhor Jesus Cristo, único Senhor e Salvador.

Faleceu no século V, deixando-nos esse testemunho: nossa fé, nossa caridade, precisam ter uma ressonância dentro e fora da Igreja, para a glória de Deus e Salvação de todas as pessoas.

São Porfírio, rogai por nós!


Evangelho do Dia

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Evangelho (Marcos 1,12-15)

Domingo, 26 de Fevereiro de 2012
1º Domingo da Quaresma


— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 12o Espírito levou Jesus para o deserto. 13E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam.
14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Terço da Divina Providência



Terço da Providência
No princípio:

1 Credo, 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria.
Nas contas grandes:

Mãe da Divina Providência: Providenciai!
Nas contas pequenas:

Deus provê, Deus proverá, Sua misericórdia não faltará!
Oração final:

Vinde, Maria, chegou o momento. Valei-nos agora e em todo tormento. Mãe da Providência, prestai-nos auxílio no sofrimento da terra e no exílio. Mostrai que sois Mãe de Amor e de Bondade, agora que é grande a necessidade. Amém.

Providência Santíssima, do Eterno Onipotente e misericordiosíssimo Deus, que tudo tendes providenciado e providenciareis para o nosso bem, providenciai em todas as nossas necessidades, assim creio, assim espero, seja sempre feita a vossa Santíssima vontade. Amém.
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quinta-feira Adoração

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Adoração ao Santíssimo Sacramento 

O Grupo de Oração "Sopro de Vida" RCC , convida você e sua família para participar conosco da Adoração ao Santíssimo nesta quinta-feira, logo mais às 18h na Igreja Matriz de São Sebastião, venha para este momento de fé e devoção ao nosso Deus, com louvor e Oração.

Jesus, eu confio em vós!

Mensagem do Dia

Wednesday, 22 de February de 2012

Silenciar para ouvir o Senhor

Há vários tipos de silêncio. Muitos mergulham nele apenas para fugir ou para dormir. Outros fazem uso de mil técnicas a fim de atingirem um silêncio simplesmente relaxante; outros ainda exercitam a meditação com o pensamento bloqueado, suspenso num vácuo silencioso, no qual julgam ser elevados.
Alguns emudecem por capricho ou por mau humor; e assim por diante… No entanto, o verdadeiro silêncio é aquele que nos coloca diante de Deus. Essa experiência enriquece os nossos valores, enobrece nossas reflexões, sentimentos e ideias, e mais: no íntimo da alma formam-se as convicções e enraízam-se as virtudes. Dessa forma, as linhas mestras da luta pessoal por melhorarmos a cada dia um pouco mais são definidas e solidificadas.
Temos o hábito de falar muito e quase não sabemos escutar o outro, sobretudo ao Senhor, que quer nos falar no íntimo de nosso coração. Há pobreza de palavras, porque há pobreza de silêncio. Só teremos condições de responder com prontidão a Deus e aos irmãos se nos exercitarmos nessa escuta.
Jesus, eu confio em Vós!

Quaresma tempo de Oração

Quaresma é tempo de decisões maduras, afirma Bento XVI



CIDADE DO VATICANO, 22 FEV (ANSA) - O papa Bento XVI pediu aos fiéis para afastarem de si as "nuvens do egoísmo" nos próximos 40 dias da Quaresma, período que, segundo ele, é "o tempo das decisões maduras".

O Pontífice dedicou a audiência-geral desta quarta-feira, com 7.500 fiéis reunidos na sala Paulo VI no Vaticano, a uma reflexão sobre a Quaresma, que se inicia hoje.

Em seu discurso, ele explicou o sentido bíblico e litúrgico do período a partir do Antigo Testamento, passando pelos primeiros catecúmenos cristãos e para os tempos de silêncio e tentação vividos por Jesus nos 40 dias que passou no deserto.

Bento XVI convidou os fiéis a afastarem de si "as nuvens do egoísmo, da incompreensão, do engano", porque "o tempo do deserto pode se transformar em tempo de graça".

Segundo o Papa, os 40 dias da Quaresma indicam não tanto "um tempo cronológico exato, resultado pela soma dos dias, mas mais uma paciente perseverança, longa prova, tempo necessário para ver com os olhos de Deus".

As próximas semanas, atestou, deve ser para os cristãos uma ocasião "para assumir a si a própria responsabilidade, sem outras referências".

Joseph Ratzinger observou ainda que, para os fiéis, a Quaresma é uma "oportunidade para fazer uma profunda experiência de Deus" que vence "a realidade negativa que nos rodeia, cheia de aridez, cultura materialista, vazia de valores", que, segundo ele, subtrai à pessoa a "transcendência".

A Quaresma, acrescentou, é um tempo para "encontrar nova coragem para aceitar com paciência e com os olhos da fé qualquer situação de dificuldade, de aflição, de prova, na consciência de que a Jesus fará acontecer um mundo novo e que nos será doado um mundo de luz".

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA 2012



Na Mensagem para a Quaresma 2012 o Papa alerta contra indiferença e desinteresse face ao sofrimento alheio 

 Prestem atenção uns aos outros

(7/2/2012) Bento XVI publicou hoje a sua mensagem para a Quaresma 2012, pedindo aos católicos de todo o mundo que façam deste tempo uma oportunidade para “prestar atenção ao outro”, com “preocupação concreta pelos mais pobres”.
“Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda, quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã”, refere o texto, divulgado pela Santa Sé.
O Papa critica “a indiferença” e “o desinteresse que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela ‘esfera privada’” na cultura atual, atitudes que quer ver contrariadas por um “olhar de fraternidade”.
“O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro ‘alter ego’, infinitamente amado pelo Senhor”, pode ler-se.
O documento, com versão em português, intitula-se ‘Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras’, expressão retirada da Carta aos Hebreus, do Novo Testamento.
Bento XVI alerta para o perigo de “uma espécie de ‘anestesia espiritual’”, que impede de atender ao sofrimento alheio com um “olhar feito de humanidade e de carinho”.
“O nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre”, observa.
Recordando o episódio bíblico [livro do Génesis] em que Deus interpela Caim, a respeito do assassinato do seu irmão Abel, a mensagem papal incita a consciência de cada pessoa a sentir-se responsável por quem é “criatura e filho de Deus”: “Também hoje Deus nos pede para sermos o ‘guarda’ dos nossos irmãos”.
“O facto de sermos o ‘guarda’ dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspetiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual”, precisa.
Bento XVI diz que a cultura contemporânea parece ter perdido “o sentido do bem e do mal”, sendo necessário “reafirmar com vigor que o bem existe e vence”.
“O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem”, assinala.
Esse bem, acrescenta, inclui a chamada “correção fraterna”, numa “responsabilidade espiritual pelos irmãos”.
“A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de ‘corrigir os que erram’. É importante recuperar esta dimensão do amor cristão”, escreve o Papa.
A mensagem de Bento XVI diz que os católicos não devem “ficar calados diante do mal” e lamenta que alguns prefiram, “por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum”.
“A nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social”, prossegue.
A Quaresma, que este ano começa a 22 de fevereiro (quarta-feira de Cinzas), é um período de 40 dias - excetuando os domingos -, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.

Tempo da Quaresma 2012

Quaresma2

A Igreja Católica inicia na próxima quarta-feira, dia 22 de fevereiro, o Tempo da Quaresma, período de preparação para a festa da Páscoa que, com a morte e ressurreição de Jesus, tornou-se o grande referencial da nossa fé, o dia da vitória da Vida sobre a morte. A Quarta-feira de Cinzas marca, também, no Brasil, o início da Campanha da Fraternidade.
1. A Quaresma é o período de 40 dias que começa na quarta-feira de Cinzas e termina na véspera do Domingo de Ramos, este ano no dia 1º de abril, quando tem início a Semana Santa. Nesses 40 dias, somos convidados a reviver a experiência dos 40 anos de travessia do deserto pelo povo de Israel e os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de iniciar a sua Missão. Somos convidados a três atitudes que são os pilares da vida cristã: a Oração, relação do homem com Deus; o Jejum, relação do homem consigo mesmo; e a Caridade, relação do homem com o próximo. É um tempo rico de reflexão sobre a nossa vida, buscando valorizar o que temos feito de bom e dar um novo caminho ao que temos feito de ruim ou deixado de fazer. É o convite à conversão.
2. O nosso calendário civil é definido a partir da Festa da Páscoa, por isso a Quaresma varia de ano para ano. A festa da Páscoa é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia do início do outono. Neste ano de 2012 o outono começa no dia 21 de março e a primeira lua cheia acontece no dia 06 de abril. Assim, a Festa da Páscoa acontece no domingo seguinte, dia 08 de abril. A partir desta data são definidas a Semana Santa, a Quarta-feira de Cinzas e, também, o Carnaval. A festa da Páscoa era primitivamente um ritual realizado por pastores que, para proteger as suas famílias e seus rebanhos dos espíritos maus, matavam um cordeiro e tingiam a entrada das tendas com o seu sangue. Por volta de 1250 anos antes de Cristo, esse ritual adquiriu um novo sentido, com a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito. Depois, com a ressurreição de Jesus, a Páscoa se tornou a principal festa dos cristãos, lembrando que Deus liberta seu povo através de Jesus Cristo, o novo cordeiro pascal.
3. Na Quarta-feira de Cinzas, nas missas celebradas nas Paróquias e Comunidades, se benzem e impõem as cinzas feitas de ramos de oliveiras ou palmeiras, bentos no Domingo de Ramos do ano anterior. Em procissão, os cristãos e cristãs recebem na fronte um pouco dessas cinzas para expressar o desejo e votos de assumir o processo de conversão que se iniciou no Batismo, por uma vida de oração, esmola e jejum. As cinzas nos lembram que todo orgulho, prepotência, bens materiais não são nada mais do que cinzas após a morte. Conscientes de nossa pequenez, somos chamados a ser agentes de transformação de uma sociedade injusta, desigual e violenta, através de obras, ações, do amor que entrega a própria vida pela vida do outro.
4. A Quarta-feira de Cinzas abre a Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB desde 1964, destacando uma situação da realidade social para a reflexão das comunidades e de toda a sociedade. O tema deste ano é Fraternidade e Saúde Pública e o lema Que a saúde se difunda sobre a terra, um chamado à reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e na mobilização pela melhoria no sistema público de saúde.
Em todas as Paróquias e Comunidades da nossa região haverá Missa na Quarta-feira de Cinzas. Clique aqui para acessar a Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2012.
Desejamos um excelente início de Quaresma!
Arquidiocese de Campinas



 Campanha da Fraternidade 2012


Campanha da Fraternidade 2012






Veja também

 

Todos os anos durante o período quaresmal, tempo de conversão, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) realiza a Campanha da Fraternidade, que tem por objetivo despertar a solidariedade de seus fiéis e de toda a sociedade em relação a um problema concreto que envolve toda a nação, buscando uma solução para o mesmo.

Para o ano de 2012, a CNBB sugeriu o tema "Fraternidade e Saúde Pública" e o lema "Que a saúde se difunda sobre a terra". Dessa forma, o Portal Kairós, disponibiliza aos internautas os materiais que auxiliarão durante a CF2012.



REPERTÓRIO PARA OS DOMINGOS DA QUARESMA - ANO B - 2012


QUARTA-FEIRA DE CINZAS (B) 22/02/2012

- Abertura: Canto da conversão (Faixa 02)
- Salmo responsorial: Piedade, ó Senhor (SI 51/50) (Faixa 06)
- Aclamação ao evangelho: Louvor e glória a ti, Senhor (Faixa 10)
- Distribuição das cinzas: Converter ao Evangelho (Faixa 05)
- Oferendas: Eis o tempo de conversão (Faixa 12)
- Comunhão: Agora o tempo se cumpriu (Faixa 13)
Cite a fonte: www.portalkairos.net

1° - DOMINGO DA QUARESMA (B) 26/02/2012
- Abertura: Lembra, Senhor, o teu amor (Faixa 03)
- Salmo responsorial: Verdade e amor são os caminhos do Senhor (Faixa 06)
- Aclamação ao evangelho: Louvor e glória a ti, Senhor (Faixa 10)
- Oferendas: Eis o tempo de conversão (Faixa 12)
- Comunhão: Nós vivemos de toda a palavra (Faixa 14)


2° - DOMINGO DA QUARESMA (B) 04/03/2012
- Abertura: Lembra, Senhor, o teu amor (Faixa 03)
- Salmo responsorial: Andarei junto a Deus (Faixa 06)
- Aclamação ao evangelho: Louvor e glória a ti, Senhor (Faixa 10)
- Oferendas: Eis o tempo de conversão (Faixa 12)
- Comunhão: Este é o meu filho muito amado (Faixa 15)


3° - DOMINGO DA QUARESMA (B)
11/03/2012
- Abertura: Lembra, Senhor, o teu amor (Faixa 03)
- Salmo responsorial: Senhor, tu tens palavras (Faixa 06)
- Aclamação ao evangelho: Louvor e glória a ti, Senhor (Faixa 10)
- Oferendas: Retorna, Israel (Faixa 11)
- Comunhão: Destruí este templo, disse Cristo (Faixa 16)


4° - DOMINGO DA QUARESMA (B) 18/03/2012
- Abertura: Acolhe, ó Deus (Faixa 04)
- Salmo responsorial: Que se prenda minha língua (Faixa 08)
- Aclamação ao evangelho: Louvor e glória a ti, Senhor (Faixa 10)
- Oferendas: Retorna Israel (Faixa 11)
- Comunhão: Gloriica o Senhor, Jerusalém (Faixa 17)


5° - DOMINGO DA QUARESMA (B) 25/03/2012
- Abertura: Acolhe, ó Deus (Faixa 04)
- Salmo responsorial: Criai em mim um coração que seja puro (Faixa 09)
- Aclamação ao evangelho: Louvor e glória a ti, Senhor (Faixa 10)
- Oferendas: Retoma Israel (Faixa 11)
- Comunhão: Se o grão de trigo não morrer (Faixa 19)


DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO (B) 01/04/2012
- Abertura 1: Hosana ao Filho de Davi
- Abertura 2: Hosana e viva
- Procissão: Os filhos de hebreus
- Salmo responsorial: Meu Deus e Pai por que me abandonastes?
- Aclamação ao evangelho: Salve ó Cristo obediente
- Oferendas: O morte estás vencida
- Comunhão: Eu vim para que todos tenham, vida
- Comunhão 2: Somos todos convidados (Faixa 20)

- Outros materiais
: Cura, Senhor
Cite a fonte: www.portalkairos.net
Por favor não copie nosso conteúdo, seja criativo.


(Faixa) - Faixa do CD da CF2012
As músicas em itálico não se encontram no CD, mas estão aqui no Portal Kairós na Área Especial


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Aprovada a ladainha dos Beatos de Fátima


Da Redação, com Santuário de Fátima


Francisco e Jacinta Marto, dois dos três Pastorinhos de Fátima que são celebrados pela Igreja Católica no dia 20 de fevereiro
Em ocasião do 92º aniversário de morte da beata Jacinta Marto, o bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, aprovou nesta segunda-feira, 20, a oração oficial aos pastorinhos beatos de Fátima: Francisco e Jacinta Marto. A ladainha foi rezada pela primeira vez na noite deste domingo, 19, durante vigília realizada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

Para a composição da ladainha, foram utilizados a homilia de João Paulo II na cerimônia de Beatificação dos Veneráveis Francisco e Jacinta; a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a Beatificação dos Pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, e as Memórias da Irmã Lúcia, além de textos litúrgicos.

O programa da Festa dos Beatos Francisco e Jacinta Marto começou na Capelinha das Aparições, com a recitação do Rosário. Depois de uma procissão que levou duas telas dos beatos da Capelinha das Aparições até a Igreja da Santíssima Trindade, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Manuel Pedrosa Cabecinhas, presidiu a celebração eucarística, em que todas as crianças presentes foram convidadas a subir no altar para receberem as bênçãos de Deus.   

Na homilia, padre Carlos lembrou que a santidade é possível a todos. “A santidade não é, de fato, um privilégio reservado a alguns eleitos: todos somos chamados a ser santos. Se hoje a santidade parece pouco atrativa, é sobretudo porque quando falamos de santos, pensamos em figuras exóticas, em pessoas estranhas e com vidas ainda mais estranhas.

Ele também ressaltou que a imagem que se tem dos santos muda quando se olha para o testemunho de vida dos Pastorinhos Beatos de Fátima. “Nos Pastorinhos, a santidade adquire, para nós, um rosto familiar, próximo e, sobretudo, possível”, disse. Ele completou dizendo que esse exemplo contribui para a compreensão de que a santidade seja a vocação de todo o cristão.

Programação
Este ano, a programação da Festa dos Beatos Francisco e Jacinta Marto foi entendida. Além da procissão e da missa realizadas pela manhã, outras atividades estão programadas para o período da tarde, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. São elas:
- Conferência sobre a temática dos Pastorinhos, proferida por Maria Luísa Malato, Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
- Apontamento musical pela Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima
- Apresentação da publicação “Francisco e Jacinta Marto: candeias que Deus acendeu” - catálogo das exposições comemorativas do centenário dos nascimentos dos Beatos Francisco e Jacinta Marto.

Mensagem do Dia

Monday, 20 de February de 2012

Mergulhemos na fonte da Divina Misericórdia

A Misericórdia do Senhor surpreende-nos sempre e alcança todo pecador.
Deus chama as cidades envolvidas pela devassidão e maldade, como Sodoma e Gomorra, e oferece a Sua salvação:
”Ouvi a palavra do senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra. Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão branco como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã. Se consentirdes em obedecer, comereis as coisas boas da terra” ( Is 1,10.16-19).
No momento atual, esta mesma misericórdia é oferecida ao mundo. É preciso escutar e obedecer a Deus Pai. O Senhor nos chama a moldarmos a nossa vida no amor, na pureza e na justiça, e sempre está disposto a nos perdoar.
Aproveitemos o dia de hoje para estreitar o nosso relacionamento com Deus e com as pessoas que nos são caras e para rezar por todos que estão perdidos nos vícios e no pecado.
”Ilumina meus olhos, Senhor. Guardai-me do sono da morte. Que meu inimigo não possa dizer: triunfei sobre ele” (Salmo 12,5).
Jesus, eu confio em Vós!


Pela humildade e confiança alcançamos as bênçãos necessárias

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Postado por: homilia

Na descida da montanha da Transfiguração, Jesus encontrou muita gente ao redor dos discípulos. Um pai estava desesperado, pois um espírito mudo tinha tomado conta de seu filho.
Com muitos detalhes, Marcos descreve a situação do menino possesso, a angústia do pai, a incapacidade dos discípulos e a reação de Jesus. O que mais nos chama à atenção são duas coisas: de um lado, a confusão e a impotência do povo e dos discípulos diante do fenômeno da possessão; do outro lado, o poder de Jesus e o poder da fé n’Ele diante do qual o demônio perde toda a sua influência.
O pai tinha pedido aos discípulos para expulsar o demônio do menino, mas eles não foram capazes disso. O Senhor ficou impaciente e disse: “Até quando vou aguentar esta geração sem fé? Tragam o menino aqui!”. E pergunta a respeito da doença do garoto. Pela resposta do genitor Cristo fica sabendo que o filho desse homem “desde pequeno” tinha uma doença grave que o colocava em perigo de vida. O pai pede: “Se o Senhor puder fazer alguma coisa, tenha pena de nós!”. A frase do genitor expressa a situação bem real do povo. Ele estava com a fé abalada, sem condições de resolver seus problemas, mas tinha muito boa vontade de acertar. Não é esta a minha e a sua situação hoje?
Veja que o evangelista reúne várias passagens com os milagres de cura e libertação realizados pelo Mestre, como fruto da fé, tanto dos curados quanto dos que apresentavam os enfermos. É para você e para mim que Jesus se dirige: “Ó geração incrédula, acredite! Afaste-se as dúvidas e as trevas do seu coração”.
Marcos nos faz ver o contraste entre a fé do pai da criança e a pouca fé dos discípulos. Por isso, o Senhor lastima e, sobretudo, procura fortalecer os Seus discípulos e a multidão. Em contrapartida, é admirável a oração simples e confiante do pai, que se apresenta como homem de pouca fé, mas que pede para ser nela fortalecido. Só pela humildade e pela confiança – como aquelas que inspiraram a oração daquele pai aflito – alcançamos as bênçãos necessárias para a nossa fé.
Feito o trabalho, libertado o garoto, o pai feliz da vida, é a hora dos discípulos amuados perguntarem ao Mestre: “Como explicar o nosso fracasso? Por que não pudemos expulsar o demônio?” E Jesus responde de forma objetiva: “Esta espécie de demônios com nada se pode expulsar, a não ser com oração e jejum.”
Pode ser que você esteja torcendo o nariz: “Jejum e oração?! Que coisa mais arcaica!” Ora, o “chazinho dos tempos da vovó” pode ser um remédio “arcaico”, mas faz efeito ainda hoje! Os espíritos malignos do tempo de Jesus são os mesmos do nosso tempo, ainda que mais treinados e especializados. Tal como ontem, ainda hoje Cristo Ressuscitado continua realizando curas e libertações. Basta ter fé, confiança e esperança no nome e no poder de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, é urgente que – como o pai daquela criança – gritemos diante das diversas situações pelas quais passamos: “Eu tenho fé! Ajude-me a ter mais fé ainda!”

Padre Bantu Mendonça

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Como os santos viviam o Carnaval?

É possível encontrar-se com Jesus nestes dias

Como será que os santos viviam esses dias de Carnaval? Essa pergunta desperta uma certa curiosidade. A maior festa popular do país está se aproximando, fiquei muito surpreso ao ler na obra: Meditações para todos os dias do ano, tiradas das obras ascéticas de Santo Afonso Maria de Ligório, do padre Thiago Maria Cristini, reflexões sobre este doutor da Igreja a respeito dessa festividade. Apresento essa reflexão para nos ajudar a santificar este tempo, que, infelizmente, tem sido de incentivo ao pecado por parte da mídia em geral.
“Guarde a fé ao teu amigo na sua pobreza, para que também te alegres com ele nas suas riquezas” (Eclo 22,28).
A partir deste versículo, Santo Afonso nos ensina que, por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de folia é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria.
Se um só pecado, como dizem as Sagradas Escrituras, já desonra a Deus, causando-Lhe injúria e desprezo, imagine quanto o Divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de todas as espécies, por pessoas de todas as condições, e quiçá por pessoas que são consagradas a Ele. Jesus Cristo não é mais susceptível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, haveria de morrer nestes dias desgraçados e haveria de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que Lhe são feitas. Da mesma forma, é por isso que os santos, a fim de fazerem um ato de desagravo ao Senhor pelos tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de Carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado.



Nesse tempo carnavalesco, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o Sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Neri convocava o povo para visitar com ele os santuários e praticar exercícios de devoção. O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas ficavam um pouco mais relaxadas nos dias de folia, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente. 
Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o tempo de Carnaval da melhor forma possível. Meu irmão, se você ama também este Redentor amabilíssimo, imite os santos. Se não pode fazer mais, procure ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado, ou bem recolhido em sua casa, aos pés Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que são feitas a Ele.
Continuando a reflexão, Santo Afonso afirma que para nos alegrarmos com ele nas suas riquezas, o meio para adquirirmos um tesouro imenso de méritos e obtermos do céu as graças mais assinaladas é sendo fiéis a Jesus Cristo em Sua pobreza e fazermos companhia a Ele neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Oh, como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias carnavalescos são oferecidos a Ele pelas almas prediletas d'Ele!
Conta-se que, na vida de Santa Gertrudes, certa vez ela viu num êxtase o Divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela nesse período [Carnaval], a fim de a recompensar com graças especialíssimas. Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava orando e chorando os pecados que se cometiam na "quinta-feira gorda", que o Senhor a declarou sua esposa, em recompensa (como disse) dos obséquios praticados por ela nesse tempo de tantas ofensas.
Por fim, Santo Afonso nos convida a rezar da seguinte forma: Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os vossos favores como para fazer coisa agradável ao vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para convosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei. Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo, quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias disser: Meu Jesus, misericórdia. – Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo a vosso Divino Filho, e por amor de seu sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.

Padre Clóvis Melo - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padreclovis/

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Moções Proféticas 

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Os desejos do nosso coração

“Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá.”Sl 36,4

Muitas vezes, quando lemos esse versículo do salmo, pensamos que ao colocarmos no Senhor a nossa alegria e gratidão, Ele vai atender nossos desejos e realizar nossos sonhos e, muitas vezes, Ele faz isso mesmo. Mas, o que esse versículo expressa é muito mais do que apenas isso. Não se trata aqui de nos alegrarmos no Senhor e depois fazer tudo o que queremos, é muito mais bonito e mais profundo do que isso. Se nós colocarmos nossas delícias no Senhor, se fizermos Dele a alegria da nossa vida, então Ele mudará o nosso coração para que os nossos desejos se tornem os Dele. Em outras palavras, Ele colocará seus desejos em nosso coração. Nós precisamos disso na nossa vida, pois os nossos desejos, às vezes, são vãos, são gerados pelo pecado em nós ou são limitados e pequenos.
Os desejos do Senhor para a nossa vida são perfeitos, porque fazem parte do seu plano de amor para nós. Eles são infinitamente superiores e mais bonitos do que tudo o que podemos imaginar, como nos diz a passagem em Isaías 55, 8-9: Pois meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor; mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e meus pensamentos ultrapassam os vossos.
Li, certa vez, um testemunho bonito de David Mangan sobre esse versículo bíblico. Ele é um dos que estavam em Duquesne naquele fim de semana do início da Renovação Carismática e até hoje ele continua cheio do Espírito, frequentando Grupo de Oração, pregando a Palavra de Deus e dando bom testemunho. David disse que esse versículo significa muito para sua vida pois enquanto ele se deliciava com o Senhor, buscando fazer sua vontade,  se apaixonou por aquela que hoje é sua esposa. Então, conforme sua compreensão, o desejo, o amor que começou a sentir por ela foi colocado no seu coração pelo Senhor. Por isso, ele mandou gravar esse versículo nas suas alianças, para nunca se esquecer de quem sua esposa é para ele: desejo de Deus colocado no seu coração.
Que possa ser assim também conosco. Coloquemos todo o nosso amor, o nosso louvor, a nossa confiança no Senhor, passando todos os dias um tempo em oração com Ele, deliciando-nos na sua presença e deixemos que Ele vá colocando os seus desejos no nosso coração e teremos assim a nossa vida grandemente abençoada.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL